terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Meu Caminho estranho

Vou-me Embora pra Pasárgada


Vou-me embora pra Pasárgada

Lá sou amigo do rei

Lá tenho a mulher que eu quero

Na cama que escolherei

Vou-me embora pra Pasárgada

Vou-me embora pra Pasárgada

Aqui eu não sou feliz

Lá a existência é uma aventura

De tal modo inconseqüente

Que Joana a Louca de Espanha

Rainha e falsa demente

Vem a ser contraparente

Da nora que nunca tive

E como farei ginástica

Andarei de bicicleta

Montarei em burro brabo

Subirei no pau-de-sebo

Tomarei banhos de mar!

E quando estiver cansado

Deito na beira do rio

Mando chamar a mãe-d'água

Pra me contar as histórias

Que no tempo de eu menino

Rosa vinha me contar

Vou-me embora pra Pasárgada

Em Pasárgada tem tudo

É outra civilização

Tem um processo seguro

De impedir a concepção

Tem telefone automático

Tem alcalóide à vontade

Tem prostitutas bonitas

Para a gente namorar

E quando eu estiver mais triste

Mas triste de não ter jeito

Quando de noite me der

Vontade de me matar

— Lá sou amigo do rei —

Terei a mulher que eu quero

Na cama que escolherei

Vou-me embora pra Pasárgada.



Emanuel Bandeira



Esse poema me inspirou, no qual Pasárgada é uma civilização segura, mas que tem suas loucuras, mas eu não me comparo, pois não sou amigo do Rei, nem tenho namorada, e nem gosto de coisas como ser infiel, ser injusto e de me apoderar de coisas ou pessoas.
Isso é um poema meio triste e por esse lado eu vejo isso, onde pode se ver por outras maneira, mas é claro.


Penso Logo Existo!

Um comentário:

Aura Sacra Fames disse...

Manoel Bandeira, quem não já quis ir à Pasárgada.


Abraços
aurasacrafames.blogspot.com